Cladograma do Reino Metazoa (=Animalia)
Origem e surgimento dos animais
Os animais pertencem ao grupo Opisthokonta, sendo assim, são parentes próximos dos Fungos. Só estudando o significado da palavra Opisthokonta já entendemos muito sobre como esse grupo é caracterizado, pois “opistho” significa posterior e “konta” significa flagelo; ou seja, são organismos que possuem flagelo na parte posterior. Assim, podemos fazer uma relação com a origem dos animais: acredita-se que eles surgiram do grupo de protozoários chamado coanoflagelados (protozoários com flagelos), que também pertencem ao grupo Opisthokonta. Essa teoria apresentada é chamada de teoria colonial, a seguir explicaremos todas com mais detalhes, mas já adiantamos que essa é a teoria mais aceita atualmente.
Em relação ao surgimento dos animais, acredita-se que eles tenham surgindo no período pré-cambriano, cerca de 600 a 900m.a.. Além disso, pensa-se que eles não surgiram em uma escala evolutiva aos poucos, mas sim surgiram diversos filos simultaneamente, isso ficou conhecido como explosão do cambriano: rápido aparecimento de uma grande diversidade de animais.
Algumas características desse período facilitaram o surgimento dos metazoários. Nesse período ocorreu o início da movimentação das placas tectônicas e, assim, os continentes começaram a se fragmentar. Com isso, teve o surgimento de mares com pouca profundidade, facilitando a entrada de luz do fundo do mar e, consequentemente, a realização da fotossíntese. Essa tem como subproduto o oxigênio, que foi outra característica desse período: o elevado nível de produção de oxigênio. Essa elevada taxa de oxigênio permitiu o surgimento dos animais, pois tinham mais disponibilidade dessa substância do que anteriormente.
A seguir apresentaremos algumas das teorias mais conhecidas sobre a origem dos metazoários e, como já dito anteriormente, a mais aceita é a teoria colonial.
TEORIA COLONIAL
Essa teoria foi proposta por Ernest Haeckel, em 1874. Ela propõe que o ancestral comum dos metazoários são os coanoflagelados- protozoários flagelados. Segundo ela, os coanoflagelados formaram um agregado de células de organismos unicelulares. Assim, as células flageladas e que não eram diferenciadas formaram uma esfera oca; após isso, ocorreu a diferenciação de algumas células. Um dos fatos que mais corroboram essa teoria é de que os poríferos se assemelham a colônias de protozoários, o que evidencia que estes são os ancestrais do reino Metazoa. Além disso, os protoctistas flagelados têm a tendência de se organizarem em colônias, o que pode ter sido conduzido a uma organização pluricelular.
TEORIA SINCILIAL
Essa teoria foi proposta por Hadzi J. e Hanson, em 1950. Ela propõe que os metazoários surgiram a partir de um grupo de protozoários ciliados multicelulares que, com o passar do tempo, ocorreu a formação de semi-membranas internas separando os diversos núcleos do protozoário. O fato que corrobora essa teoria é muito generalizado, por isso não é tanto aceita quando a anterior. Outra característica dessa teoria é que os metazoários teriam origem difilética, os poríferos com uma origem e os outros metazoários com outra origem.
Definição: O que são os metazoários/animais? Quem está no reino Metazoa/Animalia?
O reino Metazoa é um grupo com 35 filos e aproximadamente 1,3 milhão de espécies descritas, apesar de estimarem a existência de 10 à 200 milhões de espécies de animais viventes hoje, somente não sabemos porque há muitos ambientes que ainda não foram explorados por falta de recursos para tal, além de que até pouco tempo as técnicas não eram precisas para diferenciação molecular das espécies. Uma observação importante é que, dentre todos os metazoários, aproximadamente 95% são invertebrados e 5% são vertebrados.
Mas agora em relação a definição de o que é um animal: os metazoários são organismos multicelulares (ou seja, com mais de uma célula), heterótrofos (não produz o próprio alimento, mas tem raras exceções), com células eucariontes e, exceto o filo dos poríferos, todos têm o corpo organizado em tecido. Além disso, todos os animais possuem desenvolvimento embrionários com fases bem definidas, apresentando sempre os estágios de mórula e blástula, sendo a blástula uma apomorfia do Reino Metazoa. Além dessa apomorfia, tem também a presença de colágeno, que permitiu a união das células, formando o organismo multicelular, mas sobre essa será mais detalhado no decorrer dessa publicação.
Classificação dos animais
Inicialmente, a forma mais comum de classificação dos animais é em relação aos filos. A seguir apresentaremos os principais filos e exemplos de seus principais representantes. Mas também apresentaremos outras formas de classificação dos animais, que podem ser quanto a forma de reprodução, desenvolvimento embrionário, simetria e outras características.
FILOS
-Poríferos: esponjas do mar;
-Cnidários: águas vivas, corais, anêmonas, hidras, caravelas;
-Platelmintos: vermes achatados (como a planária e a tênia);
-Nematelmintos: lombriga;
-Anelídeos: minhoca, sanguessuga, nereidas.
-Artrópodes: é o filo mais diversificado, tem a presença dos insetos, aracnídeos, crustáceos e miriápodes;
-Moluscos: lesma, polvo, lula, ostra;
-Equinodermos: estrela do mar, ouriços do mar, bolachas da praia, lírios do mar;
-Cordados: peixes, anfíbios, répteis, aves, mamíferos;
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
Na formação da gástrula, um metazoário pode ser dividido de duas diferentes formas: quando formam dois folhetos embrionários o animal é chamado de diblástico, quando formam três folhetos, é chamado de triblástico. Além disso, independente de o animal ser di ou triblástico, o blastóporo vai formar em animais protostômios primeiro a boca, e em animais deuterostômios ele forma primeiro o ânus. Novamente conseguimos relacionar a característica com a formação da palavra, visto que “protos-” significa primeiro, “deutero-” significa depois e “-stômio” significa boca.
Além disso, durante o desenvolvimento embrionários há outra forma de classificar os animais triblásticos, essa é quando ao celoma, uma cavidade dentro da mesoderme. Os animais podem ser acelomados se o organismo tem a mesoderme e ela preenche todo o espaço interno do organismo, ou seja, o organismo não tem celoma. O metazoário também pode ser pseudocelomado (ou blastocelomado) quando a mesoderme isola a parte interna da parte externa do organismo, todavia a cavidade ainda tem contado com o tubo digestivo central, ou seja, não é um celoma verdadeiro (por isso o nome pseudo=falso) porque não tem isolamento visceral completo. Além desses dois, ainda tem o animal celomado (ou eucelomado, sendo o prefixo “eu-“ com significado de verdadeiro), nesse a mesoderme isola as vísceras do meio externo e também isola do tubo digestivo, ou seja, é um celoma completo, fechado.
MULTICELULARIDADE
Os metazoários são divididos em dois grandes sub-reinos. O sub-reino Parazoa tem somente o filo dos poríferos incluso porque é o único que não apresenta formação de tecido em seus organismos, por isso, as células apresentam muita independência, podendo muitas vezes viver separadas. Já o sub-reino Eumetazoa inclui os demais filos, que já possuem tecido verdadeiro. Essa divisão pela presença ou não de tecidos está ligada ao fato de que os eumetazoários possuem a combinação de junções celulares, fibras colágenas (que as esponjas já possuem).
ALIMENTAÇÃO
Os metazoários podem realizar digestão intracelular ou extracelular. Na intracelular, células especializadas realizam a fagocitose ou pinocitose e, dentro dessas células ocorre a digestão. Já na extracelular, é exigido a presença de uma cavidade na qual são secretadas enzimas que realizam a digestão do alimento. Ainda em relação a alimentação, os metazoários podem ser divididos em aqueles que tem sistema digestório completo e aqueles que esse é incompleto. Os que possuem sistema digestório incompleto são os organismos mais ancestrais desse reino, neles há somente a presença de uma cavidade na qual ocorre a digestão e uma boca, pela qual o alimento entra e os restos são eliminados. Já os animais com sistema digestório completo possuem uma boca e um ânus e, por isso, o alimento circula unidirecionalmente.
Outra classificação em relação a alimentação dos animais é devido a qual alimento cada um consome. Existem os herbívoros, que só comem vegetais; os carnívoros, que só comem carne de outros animais; os saprófitos, que se alimentam de material em decomposição; os suspensívoros, animais marinhos que se alimentam filtrando a água do mar captando os nutrientes presentes na água; e os comedores de depósitos, que ingerem a matéria orgânica que está presente no solo, ou seja, ingerem a terra para aproveitar os nutrientes dela. Uma observação importante a ser feita é que os animais não necessariamente pertencem a somente um desses grupos, podem pertencer a vários.
SIMETRIA E PLANOS CORPORAIS
Os animais possuem dois tipos de simetria: a radial e a bilateral. Na radial, os animais podem ser divididos em duas metades iguais por qualquer plano, geralmente esses animais são chamados de animais cilíndricos. Já na simetria bilateral, os animais só podem ser divididos por um plano de simetria para obter duas partes iguais, esse plano é o corte sagital, que divide o animal em direita e esquerda.
Ainda é importante lembrar os diferentes planos corporais de uma animal. Existe o plano frontal, que divide em metades denominadas dorsal (trás) e ventral (frente); o plano sagital, que divide em duas metades denominadas direita e esquerda; e o plano transversal, que divide o animal no meio do comprimento, tem metade anterior (em cima) e posterior (embaixo);
REPRODUÇÃO
Os animais podem reproduzir-se assexuadamente e sexuadamente. Na reprodução assexuada, os metazoários produzem um clone, pois não há troca de material genético. Já na reprodução sexuada, há a combinação do material genético entre parceiros e pode ocorrer em organismos:
-Monoicos: metazoários que apresentam os dois sexos, ou seja, são hermafroditas. Nesses pode ocorrer a autofecundação ou a fecundação cruzada;
-Dioicos: metazoários que apresentam sexos separados.
Além disso, nos metazoários a fecundação pode ser interna ou externa. Na interna a fecundação ocorre dentro do organismo mãe, já na externa a fecundação ocorre fora do organismo materno. Também pode existir outra forma de reprodução: a partenogênese. É um tipo bastante raro, pois os óvulos se desenvolvem diretamente em indivíduos adultos sem que haja fecundação e , por isso, existem espécies em que nem se conhece a existência de machos ou eles só aparecem em condições atípicas para gerar variabilidade genética dentro da espécie.
DESENVOLVIMENTO DIRETO E INDIRETO
Os metazoários podem se desenvolver diretamente, quando já nascem indivíduos completamente formados, a única coisa que pode ocorrer é o crescimento. Já aqueles que tem desenvolvimento indireto necessitam de um ou mais estados larvais para sofrerem metamorfose e se tornarem indivíduos completamente formados, ou seja, nascem incompletos.
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